
Por Patrick Vassort, agosto de 2007, no Le Monde Diplomatique-Brasil.
A principal obra de Donatien Alphonse François de Sade (1740-1814) é Os 120 dias de Sodoma (1785). Trata-se de uma sociedade totalitária (...)Imaginando um rapto maciço de indivíduos jovens e velhos dos dois sexos, com todos os vícios e todas as virtudes, por um grupo de libertinos, o marquês de Sade constrói o “mundo perfeito” da produção sexual com a finalidade do “gozo absoluto”. Esse gozo seria a representação de uma produtividade recorde, ela própria absoluta.
Contemporâneo do início da industrialização, Sade propõe uma visão mais radical que a dos economistas fisiocratas (...) Para ele, a relação com o corpo torna-se taylorista antes de Taylor [2]. Isto porque responde às exigências da produção corporal e sexual no sentido da máxima produtividade e do máximo rendimento, como também o faz o capital, em sua busca neurótica de produção, de reprodução e de desenvolvimento. Os 120 Dias de Sodoma mostram três principais racionalizações: a do espaço, a do tempo e a do corpo como meio de produção. Três racionalizações que estão igualmente na base da economia política das sociedades capitalistas (...)
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