quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Animais de criação: uma extinção por mês

Retirado do Blog do Chicão.
chicaodoispassos@yahoo.com.br

O planeta possui centenas de raças diferentes de galinhas. Algumas são escolhidas para sofrerem processo de melhoramento genético a fim de produzir mais ovo ou engordarem mais rápido para irem ao abate. O que acontece com as outras centenas de raças? Grande parte está sendo extinta progressivamente. Este é o alerta da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação).

Uma das saídas é a preservação desse patrimônio de biodiversidade em bancos genéticos. Outra é manter criatórios especializados nestes animais, com subvenção pública ou de fundações privadas. No caso de países ricos esta tem sido a solução: políticas estatais e alguns criadores conservam a maior parte das raças autóctones da Europa e da América do Norte, acrescentou.

Assim, o grande risco de extinção acontece nos países subdesenvolvidos. No caso do gado 70% das raças estão nestes países. Ovinos, caprinos e aves também possuem a maior diversidade nos países em desenvolvimento.

Nos países ricos o gado tem "uma base genética muito estrita e altamente especializada", já que 90% vêm de apenas seis raças rigorosamente definidas. Nos países em desenvolvimento e pequenos produtores agrícolas abandonaram a criação de animais tradicionais em favor de raças de rendimento mais elevado importadas dos Estados Unidos e da Europa. De acordo com os especialistas, será impossível salvar todas as raças ameaçadas, o que torna necessário o estabelecimento rápido de bancos de genes a fim de conservar o esperma e os óvulos dos animais das raças em risco de extinção”.

Exemplos

“A vaca Holstein Friesian, grande produtora leiteira, está presente em 128 países. As criações das galinhas poedeiras White Leghorn e os porcos Large White de rápido crescimento também se estenderam sensivelmente”.

“Em Uganda, a raça autóctone de bovinos Ankol, famosa por seus grandes chifres, poderia desaparecer em 25 anos, já que ela vem sendo substituída pelas Holstein Frisonne, que produz mais leite”.

“Numa seca recente que assolou esse país, no entanto, apenas os produtores que tinham mantido suas vacas da raça Ankol puderam salvar seu rebanho. A raça ugandense foi capaz de chegar a fontes d'água mais longínquas, o que não possível entre as vacas importadas”.

“Outro exemplo é o Vietnã. No norte desse país, a população de porcos em 1994 era composta por 72% de raças locais, enquanto hoje esse número é de apenas 26%”.

“Os cientistas ressaltam que as espécies oriundas dos países em desenvolvimento são indispensáveis para a adaptação do gado às condições climáticas e sanitárias difíceis de alguns países”.

Note bem: nos países ricos as pessoas se juntam para resolver coletivamente os problemas. Buscam soluções racionais e valorizam o conhecimento técnico e a educação. Nos países pobres as soluções comunitárias são menos comuns, sendo que grande parte delas são capitaneadas por religiões gerando pensamentos fantásticos e irracionais. É por isto que vemos procissões enormes acontecendo cada vez que há seca no nordeste do Brasil. Esta não é a saída, obviamente.

Estes mesmos que vão para a procissão não valorizam a educação e muito menos se mobilizam para buscar soluções técnicas. Outro dia eu vi um belo trabalho de uma ONG que descobriu uma forma de melhorar a extração de uma árvore da Amazônia. O que é esta ONG: um grupo de classe média que se interessou em conhecer o problema e resolvê-lo tecnicamente. Qual o envolvimento da população local no feito? Provavelmente nenhum.

Eu sou radicalmente a favor da reforma agrária e de invasão de terras griladas ou improdutivas. Mas, sou radicalmente a favor das pessoas, para receberem a terra, passarem por treinamentos de vários anos para produzir e produzir de forma ecologicamente sustentável. Sem esforço e sem mudar a forma de pensar destas pessoas pouco se constrói.

Os animais de criação do terceiro mundo estão correndo risco de extinção séria porque a população não cuida do próprio lixo, não valoriza a própria saúde e a própria educação. Será que irão valorizar estes animais? Falta a valorização do próprio meio em que vivem, falta valorizar o conhecimento e a busca por soluções racionais e comunitárias. Não é só falta de dinheiro.

(texto escrito utilizando algumas informações da folha de S. Paulo)

sábado, 8 de setembro de 2007

Gostoso???


Elefanta Bambi -Circo Stankowich - 2005

Video com elefante do Crico Stankowich, preso em correntes e com comportamento neurotico pelo aprisionamento. Enviado por Andrea Lambert.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Carne eqüina, suculenta e adocicada, começa a chegar aos cardápios de SP

Janaina Fidalgo para Folha de S.Paulo

Ela tem coloração intensa e é bem suculenta. Aos olhos de um leigo, seria facilmente confundida com uma carne bovina. Na boca, diferencia-se pelo sabor mais forte e levemente adocicado. É carne do quê?! Carne de cavalo... Basta juntar as três palavras para ouvir reações adversas, provocadas geralmente pela imagem dócil do animal.

Se em países como a França há açougues especializados na comercialização da carne do eqüino e compêndios gastronômicos com verbetes dedicados ao assunto, por aqui seu consumo ainda é novidade. O Brasil é um dos maiores exportadores, mas toda a produção tem destino certo: os países europeus. Ou tinha.

De maneira ainda tímida, a carne começa a ser servida no país. O Friccò, restaurante do chef italiano Sauro Scarabotta, está testando a aceitação dela.

"O brasileiro é muito carnívoro, mas quando sai da picanha e do filé mignon bovino, fica meio reticente", diz Scarabotta, que criou alguns pratos com carne de cavalo. "Um ou outro cliente sabia que na Europa se consome essa carne, mas muitos perguntaram: "É cavalo mesmo?". É porque aqui servimos bife a cavalo, aquele com o ovo em cima. Eu dizia: "É carne de cavalo, não a cavalo".

Mas se a carne é saborosa, por que muitos brasileiros torcem o nariz ao ouvir falar nela?
"A repulsa não vem da carne, porque quase ninguém a experimentou, e sim porque o cavalo é um animal querido, com o qual as pessoas têm contato e afinidade. É como se falássemos em carne de cachorro", diz Guilherme Rinzler, diretor do Pomar, frigorífico de Araguari, em Minas Gerais, que há 47 anos exporta carne eqüina.

(...) "Não se come mais só para suprir o consumo energético, mas pelo prazer de conhecer. Caso contrário, a gente se restringiria a comer só um tipo de carne, de peixe. Comer faz parte da cultura que vamos agregando", diz Scarabotta.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

FrankenSteer - The Passionate Eye

O vídeo está em inglês, aqui.

Frankensteer is a disturbing documentary that reveals how the ordinary cow has been turned into an antibiotic-dependent, hormone-laced ... all » potential carrier of toxic bacteria, all in the name of cheaper food. Frankensteer exposes the harsh and sometimes frightening realities of how our beef gets to our tables.

According to this compelling documentary, the beef industry, supported by North American government agencies and pharmaceutical companies, has engaged in an on-going experiment to create the perfect food machine. Their goal is to increase speed of production and reduce the cost of manufacture. But there is a price in producing a cheap industrial product. This benign, grazing herbivore has undergone a transformation in how it's raised, fed and slaughtered. And consumers, by and large, are totally unaware of the dangers lurking in their beloved steaks, ribs and, most especially, hamburgers.

According to Mike McBane of the Canadian Health Coalition, "When you bring a package of hamburger home from a supermarket, you have to treat it as toxic material"

Frankensteer reveals some startling facts: Every year, 50 per cent of the total tonnage of antibiotics used in Canada ends up in livestock. And every year cattle raised in massive feedlots are routinely dosed with antibiotics even if they are not sick.